Assistente de IA
da UserGuiding
12 de dezembro,
às 12h (BRT)
Antes de explicar o que é um design centrado no ser humano e seu processo, quero que imagine o seguinte cenário:
Digamos que seu serviço de streaming preferido decidiu recomendar documentários sobre o aquecimento global e pegada de carbono para aumentar a consciência sobre o assunto, então eles mudaram completamente as páginas principais dos usuários. Você gostaria disso?
Provavelmente não.
Embora a ação tenha boas intenções, não teria grandes resultados, pois se afasta muito do que os usuários querem do serviço. Se o cliente já fosse interessado em documentários, sua página principal já teria recomendações do gênero.
Se você fizer mudanças repentinas na lista “personalizada” de alguém para mudar seus gostos, eles também farão algo repentino, como mudar para outro serviço de streaming.
Meu exemplo é extremo, mas existe um motivo pelo qual muitas empresas SaaS oferecem conteúdos personalizados para manter seus clientes felizes.
E o mesmo vale para o design de produto.
Uma abordagem voltada para as pessoas é crucial quando se trata de criar um produto bem desenvolvido. Um design centrado no usuário se preocupa com pessoas reais e experiências humanas.
Antes de mostrar alguns exemplos, vamos definir o processo do design centrado no ser humano.
O que é design centrado no ser humano?
O design centrado no ser humano é um método que exige que você coloque o seu cliente em primeiro lugar ao lidar com algum problema. Para usar essa abordagem no seu processo criativo, é preciso conhecer profundamente seu cliente, compreender o problema que ele enfrenta e criar soluções que deixariam ele satisfeito.
O design pensado para pessoas inclui criar produtos para solucionar dores dos clientes e ajudá-los a terem vidas melhores e mais fáceis.
Isso significa que para criar um design voltado para pessoas, você precisa conhecer muito bem os seus usuários. E para fazer isso, é preciso ter grande empatia pelos clientes, entender a experiência deles e colocar essas habilidades em uma abordagem criativa.
É importante fazer as perguntas certas:
- Quais problemas seus usuários poderiam ter usando seu produto? Suas soluções de design irão oferecer uma experiência do cliente melhor e um produto mais bem-sucedido.
- Por que eles precisam do seu produto e como você pode maximizar o valor do produto para tornar suas vidas ainda mais fáceis ao usá-lo? Um design centrado no usuário irá garantir uma vantagem competitiva que beneficiará o seu negócio. Os times de design e de produto têm um papel importante no sucesso da empresa.
Antes de mostrar alguns exemplos de design centrado no ser humano, quero explicar um pouco mais sobre por que você deveria criar designs com essa abordagem.
Por que usar o design centrado no ser humano?
Em primeiro lugar, não importa o tipo de produto que você oferece, seu objetivo sempre deve ser criar e oferecer o melhor produto e experiência para os seus clientes.
O que quero dizer com “melhor”? Essa é a parte difícil.
Para entender o que é melhor para os seus usuários, você precisa entrar na cabeça deles e determinar o que eles querem e o que precisam. E isso não é fácil.
É por isso que os resultados do design centrado no ser humano são tão bons.
Designs com essa abordagem atraem clientes, ajudam você a aumentar sua taxa de conversão, criam fidelidade nos usuários e aumentam sua receita.
Eu nem estou contando o impacto na imagem da marca e os novos clientes que irão chegar por recomendações dos seus clientes fiéis.
De forma geral, um bom design tem um impacto crucial nos seus produtos e no desempenho da empresa. É por isso que você deve focar em melhorar seus designs e torná-los mais voltados para os usuários.
Para mostrar de forma mais concreta o que é um design centrado no ser humano, preparei uma lista de designs de produtos incríveis.
8 exemplos de design centrado no ser humano de produtos incríveis
1- Samsung Free Style
Recentemente, a Samsung lançou um produto bastante inesperado, mas que é um ótimo exemplo de design voltado para as pessoas.
O Samsung FreeStyle é um projetor bluetooth. No entanto, suas qualidades o colocam bem àa frente de seus competidores. Mas antes de falar de suas qualidades, quero destacar que o site oficial da Samsung afirmou que o FreeStyle foca na geração Z e nos millennials.
E isso é importante porque, conforme as gerações mudam, as expectativas e necessidades dos clientes também mudam.
Por exemplo, se você perguntar a uma pessoa de uma geração mais velha se ela precisa de um projetor bluetooth portátil que pode ajustar automaticamente a tela para qualquer superfície, em qualquer ângulo, ela provavelmente diria que não. A pessoa nem ligaria para as capacidades de áudio e para a iluminação ambiente.
No entanto, esse produto é o exemplo perfeito do que é criar algo que seus clientes precisam, mesmo sem saber que precisam.
Com o Samsung FreeStyle, as pessoas podem assistir a filmes no teto, nas paredes – independentemente da cor, pois o aparelho pode ajustar automaticamente a cor de acordo com a parede –, mudar o vídeo e reproduzir em suas mesas, ouvir música e muito mais.
A ideia do produto é que, embora as pessoas tenham televisões e computadores, um aparelho pequeno e portátil para assistir vídeos em qualquer superfície é uma ótima solução. Principalmente quando consideramos que hoje em dia muita gente trabalham em casa.
Além disso, não se esqueça de que, embora exista a opção de espelhamento de tela em dispositivos móveis, a menos que a pessoa tenha dois dispositivos Android, ela não consegue conectar seu celular à tela. Dessa forma, essa é uma solução alternativa para pessoas que normalmente não compram celulares da Samsung, tornando também uma ótima forma de chamar a atenção dos clientes da concorrência.
2- Spotify
Lembrando quando a gente pagava por música ou tinha que esperar na fila para comprar um álbum novo?
Sempre que alguém fala sobre design centrado no ser humano, me lembro do Spotify. O produto mudou a forma que a indústria da música funciona, mudou a forma que conhecemos e consumimos música. Foi algo que todo mundo precisava há anos e ninguém se deu conta.
Hoje em dia, existem diversos serviços de streaming, então até mesmo esses serviços se tornaram comuns. No entanto, quero destacar um recurso do Spotify, que adicionou as letras das músicas ao aplicativo.
Os clientes reclamavam disso há meses, principalmente porque o Apple Music, o maior concorrente do Spotify, tinha as letras das músicas desde o começo. Além de adicionar esse recurso, o Spotify continua sendo o melhor quando se trata de playlists personalizadas, recomendações de podcasts, além de ter uma UI simples e elegante.
O Spotify teve sucesso ao entender a dificuldade dos seus usuários ao pagarem por músicas de lugares diferentes e criou uma solução que todos nós adoramos. Graças ao Spotify, os usuários podem ter todas as suas músicas em um único lugar por um valor mensal. Estou disposta a pagar mais por esse tipo de serviço personalizado e útil.
3- Fitbit
Lembra quando a gente criava estimativas de quantas calorias queimamos em um dia? Infelizmente, não tínhamos aparelhos para fazer esse tipo de acompanhamento, então dependíamos de soluções não muito confiáveis para encontrar a motivação para fazer exercícios.
Particularmente, não sou uma pessoa muito atlética, mas até eu uso um aparelho para contar meus passos. Por quê?
Porque aparelhos de acompanhamento de atividades são úteis.
Se você tem colesterol alto, precisa andar pelo menos 10 mil passos todos os dias. Se já for uma pessoa ativa, não precisa contar seus passos para atingir a cota. Mas, infelizmente, esse não é o caso para a maioria das pessoas.
O Fitbit é claramente um exemplo de design centrado no usuário. Os desenvolvedores de aparelhos de acompanhamento de atividades reconheceram as dificuldades das pessoas para acompanhar e manter seus objetivos nos exercícios e pensaram em uma solução a longo prazo.
Dê uma olhada na figura abaixo. O aparelho foi criado pensando no usuário, notificando-o do seu gasto de calorias e o motivando a se exercitar mais. Dessa forma, seja por passos ou por treinos, ela pode acompanhar tudo enquanto melhora seu sono e sua dieta.
4- Venmo
Outro exemplo de um produto que solucionou uma necessidade antes mesmo da maioria das pessoas notar que precisavam foi o Venmo. Eu não tinha percebido como trocar dinheiro era difícil, até o Venmo lançar sua solução.
Vou contar um pouco da história da criação do Venmo. Os fundadores da marca, Andrew Kortina e Iqram Magdon-Ismail, só tiveram a ideia do produto depois de passarem por um problema. Um dia, Iqram esqueceu a carteira no caminho para Nova Iorque. O Andrew pagou por tudo e, em troca, o Iqram fez um cheque ao final das férias.
E eles ficaram se perguntando por que ainda precisam usar esse método para trocar dinheiro. Por que não poderiam fazer algo simples, usando seus celulares?
Assim, o Venmo nasceu.
Agora, mais de 50 milhões de usuários usam o Venmo para transferir dinheiro. Loucura, né?
5- Duolingo
Se existe um aplicativo para aprender idiomas que todo mundo já usou em algum momento, seria o Duolingo. Com mais de 120 milhões de usuários ao redor do mundo, o Duolingo é o aplicativo/site de aprendizado de idiomas mais popular do mundo. Ensinando dezenas de línguas, o aplicativo se tornou uma sensação com sua corujinha como mascote e estratégias de marketing divertidas.
Mas como tudo isso começou?
O fundador do Duolingo afirmou em uma entrevista:
“O que eu queria fazer era criar uma forma de aprender idiomas de graça”, afirma Von Ahn.
“Se você pesquisar pelo ensino de idiomas no mundo, existem 1.2 bilhão de pessoas aprendendo outra língua, e dois terços dessas pessoas estão aprendendo inglês para conseguir um trabalho melhor e ganhar mais. O problema é que eles não têm muito dinheiro e a maioria dos cursos são caros.”
Tornar um processo carso em uma experiência sem custos para milhões de pessoas enquanto se pensa no processo de aprendizado de cada um é incrível.
E é por isso que o Duolingo se tornou uma marca tão grande. Seu desenvolvimento é focado nas pessoas.
E se você tem o aplicativo, pode notar que ele segue algumas regras de gamificação, o que atrai as pessoas. A UI do aplicativo é simples, você só pode progredir depois de terminar uma certa tarefa ou completar um teste do que aprendeu. Quando as pessoas completam o teste e passam, ele cria uma noção de conquista.
Assim, as pessoas ficam mais motivadas a participar em mais testes e aprender mais. A ideia é tão simples, é totalmente pensada para as pessoas.
6- Apple (Apple store)
Mesmo se você não tiver nenhum produto da Apple, é provável que já tenha visitado o site da Apple Store pelo menos uma vez. Se sua resposta ainda for não e você prefere comprar em lojas físicas, tudo bem... Mas você está perdendo.
A Apple Store tem o melhor design de site que eu já vi no setor de e-commerce. Ele é simples, completamente acessível e você pode comparar os produtos lado a lado.
Se não souber por onde começar, você pode consultar um especialista ou comparar todos os modelos. Se estiver em dúvida entre dois produtos, é possível comparar ambos para concluir a compra. Tudo que você precisa fazer é decidir comprar.
7- Netflix
Antes de termos a Netflix, a gente precisava alugar filmes ou pagar pela TV a cabo para conseguir assistir. Hoje em dia, é possível assistir a diversos filmes, séries, documentários e desenhos por um valor fixo mensal.
No entanto, a qualidade mais voltada para o usuário é que a Netflix entrega bem mais do que promete. Tenho assinaturas em diferentes serviços de streaming, mas a Netflix é a plataforma que a família toda prefere. Sabe por quê?
O segredo está na interface nada complexa e o algoritmo perfeito que cria recomendações personalizadas.
Você pode assinar a Netflix pelos filmes indie e se pegar assistindo documentários de true crime. A plataforma faz isso de uma forma muito tranquila.
Como você já deve saber, as pessoas ficam entediadas facilmente. Considerando esse fator, a Netflix encontra conteúdos para o seu gosto e cria mais conteúdos baseados no seu histórico. A plataforma produz seus próprios programas e filmes há algum tempo, e a cada ano que passa eles trabalham em mais projetos para os seus usuários.
A estratégia de entretenimento da plataforma depende unicamente dos gostos e preferências do usuário. E fazem isso com suas recomendações baseadas no algoritmo, também conhecidas como listas de “Encontramos algo que você pode gostar”, com uma interface do usuário simples e uma experiência tranquila no site, no celular e na televisão.
Por exemplo, se você não se lembra de um filme que viu em alguma rede social alguns dias atrás, mas conhece algum dos atores, é possível pesquisar pelo nome e encontrar o filme que estava procurando listado nos resultados. O mesmo ocorre para gênero, idioma e o tipo de audiência do programa ou do filme.
8- Uber
Quando soube da Uber pela primeira vez, não acreditei muito na ideia. Eu nunca nem gostei de pegar táxi, e por ser uma pessoa que caminha ou usa o transporte público, eu não dei muita atenção.
Porém, desde que a Uber chegou no meu país, comecei a usar e o aplicativo mudou meu ritmo de vida. Se você mora em uma cidade grande, sabe que táxis são difíceis de conseguir;, mesmo ligando para pedir um, nunca se sabe quanto tempo ele levará. A menos que você tenha o número, é impossível rastrear onde o táxi está.
Além disso, os motoristas podem se recusar a levar você se não quiserem ir até o lugar do seu destino. Sem mencionar que os preços podem ficar bem altos de acordo com a rota que seu motorista decide pegar. É impossível saber se o motorista irá pela rota mais eficiente ou pelo caminho mais longo para aumentar o preço.
A Uber usou a empatia no design da UX para se livrar desses problemas pelos seus usuários.
A plataforma estima o tempo de chegada ao confirmar o seu pedido e atualiza você sobre a localização do motorista durante sua jornada até seu endereço. Enquanto estiver no veículo, é possível ver as rotas mais eficientes no aplicativo e garantir que ela está sendo seguida.
Além disso, não é preciso pagar em dinheiro, já que o aplicativo aceita pagamentos em dinheiro. Você não precisa se preocupar com custos adicionais, porque a Uber mostra o valor da corrida antes de fazer o pedido. Essa transparência é um resultado da empatia que a marca tem.
Por fim, a Uber tem um sistema de avaliação mútua que permite que os motoristas e os parceiros se avaliem em até cinco estrelas no aplicativo. Você consegue ver o perfil do motorista quando solicita um carro, o que também dá confiança aos usuários.
Com o seu ótimo suporte ao cliente, se estiver insatisfeito com o seu carro, é possível pedir outro ou solicitar o reembolso, se desejar. A Uber é um dos melhores produtos focados nos usuários do mercado.
Perguntas Frequentes
Como usar o design centrado no ser humano?
Para usar o design voltado para as pessoas, é preciso conhecer muito bem seus clientes. Ter empatia pelos seus usuários vai ajudá-lo a oferecer soluções para os problemas que eles enfrentam e vai afetar seu processo de desenvolvimento.
Quais são os três principais fatores no design centrado no usuário?
As necessidades do design centrado no ser humano são empatia, criatividade e necessidades de negócios. A empatia com a criatividade ajudará você a desenvolver um design focado nos usuários. No entanto, é preciso considerar também suas necessidades de negócios.
Quais são as quatro atividades no processo de design centrado no ser humano?
Primeiro, especifique quem é seu usuário e qual é o uso do seu produto. Depois, decida quais são os requisitos do usuário. O próximo passo é criar soluções de design do produto e, por fim, completar o desenvolvimento de acordo com os requisitos definidos.