Onboarding de Videogames – Aplique técnicas dos jogos na sua UX

Eu sempre gostei muito de jogos eletrônicos em geral.

Quando me ofereceram o meu cargo atual na UserGuiding, minha primeira reação foi: “Calma lá, vocês programam aqueles tutoriais de videogames?” 🤯

Era um trabalho um pouco mais complicado, mas eu cheguei perto.

A verdade é que um tutorial de videogame e um fluxo de onboarding de usuários são basicamente a mesma coisa. Ambos tentam fazer com que o usuário/jogador se familiarize com o produto.

E hoje veremos algumas experiências de onboarding de videogames interessantes que podem inspirá-lo a criar um fluxo de UX de onboarding incrível para o seu produto.

meme onboarding em videogames
“Okayyy, let’s go”

Por que a UX de onboarding em videogames é superior

Agora você deve estar pensando que este é um artigo bobo sobre jogos bobos e que o último jogo que você jogou foi Super Mario Bros. no Nintendinho.

Por que não analisamos exemplos REAIS e SÉRIOS?” – é o que você pode estar se perguntando.

Acontece que as coisas mudaram. Os videogames estão em todo lugar, e o mundo SaaS tem muito a aprender com os game designers.

E já que entramos nesse assunto, vamos falar sobre as três razões pelas quais os fluxos de onboarding dos videogames são melhores.

1- Eles são divertidos

Vamos começar do começo: o que torna a experiência de aprendizagem dentro de um jogo muito mais interessante que o processo de onboarding comum é que ele é realmente divertido.

“Mas é claro, é um jogo, né.”

Não a parte do onboarding. Na verdade, o onboarding de um jogo deve ser a parte mais chata dele, afinal trata-se de um processo de aprendizagem. Mas eles constroem o jogo e integram a parte da aprendizagem tão bem que os usuários realmente se divertem aprendendo.

Por exemplo, em Spider-Man 2, os movimentos básicos do Homem-Aranha são ensinados ao jogador com a voz engraçada do Bruce Campbell.

Conforme o seu amigo da vizinhança pula pra lá e pra cá, você ouve falas como: “Sua mãe e eu estamos muito orgulhosos” quando ele conquista algo, ou “Vem aí o trem da alegria” quando os vilões aparecem.

Agora me diga se isso não é divertido.

2- Eles são necessários

Uma das grandes diferenças entre um videogame e o seu produto – seja ele B2B ou B2C – é que os usuários tendem a participar dos fluxos de onboarding dos videogames.

Isso ocorre porque eles sabem muito bem que os tutoriais são necessários para aprenderem a jogar.

Os videogames existem há muito mais tempo do que qualquer onboarding que estejamos usando nos nossos produtos hoje em dia.

Como o onboarding de usuários passou a ser amplamente usado há pouquíssimo tempo, é natural que os seus usuários não vejam os guias interativos e tours guiados da mesma forma que veem a experiência de onboarding de um jogo.

Mas o que fazemos então?

Sua melhor opção é manter o onboarding o mais simples e viável possível. Acredite em mim, não importa o quão complexo ou sofisticado a sua ferramenta seja, os seus usuários vão preferir um fluxo curto e simples.

3- Eles são interativos

Talvez a melhor coisa que qualquer experiência do usuário possa ser é interativa.

Sejam jogos ou ferramentas.

E a razão para isso é bem simples: uma abordagem prática ganha da teoria sempre. Principalmente quando você precisa que os seus usuários aprendam mais sobre a ferramenta.

Portanto, criar um processo de onboarding não apenas torna a aprendizagem mais digerível, mas também mais fácil.

É isso que o design de jogos tem feito há muito tempo com o feedback suficiente dos usuários.

O que podemos aprender com isso?

Se a sequência de onboarding de um videogame é parecida com o que o fazemos no onboarding dos nossos usuários, então é importante reconhecer os videogames como bons exemplos de como ensinar melhor os nossos usuários.

A forma mais fácil de gamificar o onboarding de clientes 🎮

Um software dedicado ao onboarding de clientes como a UserGuiding é a forma mais fácil e mais acessível de gamificar o onboarding dos seus clientes em uma questão de minutos.

Com a UserGuiding, você pode:

✅ Criar guias interativos sem código;

✅ Configurar tooltips e hotspots em minutos;

✅ Criar checklists in-app para gamificar sua progressão;

✅ E criar widgets do Resource Center que ofereçam aos seus usuários toda a ajuda que eles precisarem.

fluxo de onboarding criado com a userguiding
Aqui está um guia interativo que eu criei com a UserGuiding em 5 minutos.

Usando um elemento básico de gamificação chamado checklist de onboarding, a ferramenta de gestão de redes sociais Keyhole aumentou suas taxas de conversão em 550%. Aqui está o que eles fizeram:

checklist de onboarding criado com a userguiding

Você pode usar a UserGuiding para criar experiências de onboarding gamificadas agora mesmo.

6 ótimos exemplos de onboarding em videogames (console, PC e celular)

Quando eu digo que os videogames estão fazendo tudo certo, eu quero dizer que eles estão fazendo tudo CERTO. E em todas as plataformas.

Então prepare-se, pois eu tenho alguns ótimos exemplos de tutoriais de videogames – de The Witcher 3 a Candy Crush – que inspirarão você a aplicar excelentes padrões de UX de onboarding no seu produto.

Jogos de console

Embora muitos jogos de consoles como Sony PlayStation ou Microsoft Xbox também sejam lançados para PCs e dispositivos móveis, os dois jogos a seguir tiveram um destaque especial nos consoles.

Vamos dar uma olhada

1- Star Wars: The Force Unleashed

Embora este jogo icônico tenha sido lançado para PlayStation 2, sua excelente sequência de tutoriais é lembrada até hoje.

O jogo começa com o Darth Vader chegando em Kashyyyk, a terra natal dos Wookiees (sim, a raça do Chewbacca). À medida que o Darth Vader vai andando pela invasão do plano e atingindo Wookiees de todo lado usando a Força, os jogadores são ensinados a executar os movimentos básicos do jogo.

exemplo de onboarding de videogame star wars

Como não há muitos comandos, os jogadores precisam aprender a movimentar o personagem no campo de batalha e a usar a Força e o sabre de luz no início.

Mas a melhor coisa sobre essa fase de tutorial é que ela é perfeitamente integrada à história e os usuários têm tempo suficiente para dominar a mecânica do jogo.

Pode ser um pouco triste enforcar os amigos do Chewbacca usando a Força, mas é uma sequência de onboarding incrível.

Principais considerações ✍️

  • Uma fase de tutorial integrada em um tutorial sempre funciona.
  • Minimizar a teoria e maximizar a prática é essencial.
  • Usar um personagem bem conhecido como um personagem jogável deixa os usuários mais interessados pelo jogo, assim como usar um mascote em um fluxo do usuário também faz com que os usuários engajem mais com uma ferramenta.

2- The Witcher 3: Wild Hunt

The Witcher 3 é facilmente um dos meus jogos favoritos, e ele definitivamente não alcançou esse patamar com um onboarding ruim.

The Witcher 3 se baseia em uma história, e ele começa contando essa história. Quando Witcher Geralt começa a treinar a Ciri, os usuários têm a opção de iniciar o tutorial ou pulá-lo.

exemplo de onboarding de videogame the witcher

Quando o tutorial é iniciado, os usuários aprendem cada botão que faz o Geralt correr, pular e escalar enquanto ouvem uma conversa divertida entre o Geralt e a Ciri.

Divertido, necessário e interativo – é isso que eu chamo de um bom tutorial de jogo.

Depois disso, os personagens começam a praticar o combate, quando os jogadores aprendem a lutar usando o Geralt. O comando para cada movimento é exibido na lateral da tela.

exemplo de onboarding de jogos the witcher

À medida que o jogador aprende a usar os comandos, a barra do tutorial vai ficando verde, indicando que os jogadores estão fazendo tudo certo. Enquanto isso, o pequeno indicador de progresso do lado direito da tela também se ilumina, o que também sinaliza aos usuários que eles estão progredindo.

Uma última coisa legal que The Witcher 3 e jogos parecidos fazem é exibir uma lista de comandos no canto inferior direito da tela como referência.

Se você acha que isso é desnecessário, eu poderia contar uma longa história sobre como eu terminei o jogo em seis meses jogando apenas uma vez a cada duas semanas e esquecendo toda vez quais eram os comandos.

Principais considerações ✍️

  • Tornar o tutorial opcional é essencial, principalmente quando você sabe que muitos usuários estão voltando para o produto e já estão familiarizados com ele.
  • Criar o tutorial como parte da história e adicionar vozes e narrações é o que faz um tutorial de um jogo valer a pena.
  • A aplicação dos elementos de um jogo é muitas vezes esquecida, assim como os atalhos de uma ferramenta também podem ser esquecidos. Pode ser útil manter uma lista de coisas importantes em algum lugar da tela, dependendo da natureza do produto.

Jogos móveis

Sejam jogos clássicos como Super Marios Bros ou jogos casuais como Fruit Ninja, é provável que eles estejam no seu celular neste momento.

Conforme a moda dos jogos móveis continua e nossos celulares vão ficando cada vez melhores, é bom darmos uma olhada nos fluxos de onboarding de jogos móveis também.

3- Genshin Impact

Eu estou obcecado pelo Genshin Impact.

E eu aposto que muitos compartilham do meu sentimento, já que o jogo foi considerado o melhor jogo contínuo e o melhor jogo móvel de 2021 no The Game Awards.

Este jogo altamente viciante também se destaca pelo seu fluxo de onboarding simples e efetivo.

O jogo começa com uma cut scene que possui um pequeno fluxo de onboarding de cadastro. Ele pede que você escolha um dos protagonistas do jogo e dê um nome ao seu personagem para realmente começar a jogar.

Depois disso, a história continua e podemos ver o nosso personagem em outro lugar enquanto aprendemos os movimentos.

O mascote do jogo, chamado Paimon, dá instruções ao personagem à medida que descobrimos como os combates, o mapa e outras ações funcionam.

Mais adiante, mecânicas específicas do jogo também são apresentadas por meio de uma tela de diálogo. Essas informações são arquivadas na seção de tutorial da barra principal para que possam ser acessadas no futuro.

exemplo de onboarding de videogame genshin impact 3

Principais considerações ✍️

  • Até mesmo processos simples como fluxos de onboarding do cadastro podem ser interessantes com o uso de animações e imagens divertidas no caso de ferramentas SaaS.
  • Não integrar o tutorial à história é algo muito mais aceitável em plataformas online, já que os jogos online têm um ritmo muito mais rápido por natureza.
  • Ser capaz de arquivar e acessar as informações no futuro pode ser um elemento precioso, principalmente se o produto for complexo e exigir que você reveja os tutoriais de vez em quando.

4- Candy Crush

Eu sei, eu sei. É esse tipo de jogo que a sua mãe joga.

Bem, eu já joguei também. E vou dizer uma coisa: o onboarding dos jogadores no Candy Crush é a espinha dorsal do onboarding interativo hoje em dia.

É um exemplo perfeito de escurecimento do plano de fundo, uso de mascotes, opção de pular e interatividade.

exemplo de onboarding de videogame candy crush 1
exemplo de onboarding de videogame candy crush 2

O Candy Crush dedica seus primeiros níveis ao onboarding, mostrando aos jogadores o que cada combo faz, os objetivos do jogo e como conseguir boosters.

Ele possui mascotes como Tiffi, Sr. Toffee, Sr. Yeti, entre outros. Além de os mascotes mostrarem os doces que você deveria escolher, também há um pequeno GIF da ação logo abaixo, como mostramos na primeira captura de tela.

Todos esses elementos de onboarding são combinados no onboarding inicial para que os jogadores não precisem de recursos adicionais para aprender a jogar.

Principais considerações ✍️

  • Usar um mascote para onboarding torna a experiência de aprendizagem mais personalizada e mais fácil de progredir.
  • Escurecer o plano de fundo e fornecer exemplos visuais é ótimo, principalmente quando o seu público é um pouco mais velho.
  • Um grande botão de pular nunca fez mal a ninguém; torná-lo ainda maior para garantir que todo mundo saiba que é possível pular é um toque a mais.

PC

5- League of Legends

Após o lançamento da série original Arcane na Netflix, o público de League of Legends dobrou. Portanto, talvez este seja o momento perfeito para analisar seu fluxo de onboarding.

League of Legends é um desses jogos complexos que você realmente precisa entender antes de começar a jogar; afinal de contas, trata-se de um jogo online e multiplayer.

Para não passar vergonha andando na direção errada ou tentando atacar um dos seus parceiros de equipe, o jogo coloca os jogadores em um mapa de demonstração antes de jogar online com mais pessoas.

Os jogadores são então educados sobre o mapa, o campo de batalha e como lutar.

O divertido disso é que um certo movimento ou uma tarefa que você precisa realizar permanece na tela até que você consiga executar a ação com sucesso. Muito tempo para experimentar, hein?

exemplo de onboarding de videogame league of legends 1

Após mostrar aos jogadores o que cada botão faz, o jogo ainda recomenda que os jogadores posicionem suas mãos de uma forma específica, o que é um belo toque pessoal no onboarding, na minha opinião.

exemplo de onboarding de videogame league of legends 2

Principais considerações ✍️

  • Quando você precisa que os seus usuários/jogadores lidem com um produto complexo, um ambiente de demonstração pode ser uma ótima ferramenta.
  • Permitir que os jogadores/usuários entendam o produto em seu próprio ritmo e experimentem um pouco lhes dará o espaço para se familiarizar com o produto e se apaixonar por ele.
  • Pequenas dicas e recomendações pessoais sempre têm um lugar especial nos corações dos seus usuários, não tenha medo de incluir algumas no fluxo do usuário.

6- Among Us

Se você não passou 2020 em uma caverna – e eu realmente considerei isso em algum momento –, você provavelmente ouviu falar de Among Us.

Embora seja basicamente um jogo móvel, ele também ficou bastante popular no PC.

Agora, o lance com o Among Us, assim como no League of Legends, é que era um jogo online que começava imediatamente assim que houvesse pessoas suficientes para jogar. Mas havia uma grande diferença: ele era simples.

Você não precisava de uma explicação aprofundada sobre o que era cada coisa, bastava saber o objetivo e como.

Portanto, o Among Us tinha uma seção de “como jogar”, assim como todos os grandes jogos clássicos.

Agora você está pensando: “Como isso é um bom fluxo de onboarding?

Ou talvez: “Isso é realmente um fluxo de onboarding?”

Bem, é. E é um bom fluxo.

Veja, nem todos os fluxos de onboarding precisam ser acionados e exibidos para os usuários/jogadores. Eles podem ser opcionais, exigindo que os usuários o acessem intencionalmente.

E o Among Us realmente exigia isso.

Era um jogo novo, e ninguém sabia como jogar. O botão “como jogar” estava bem ali, então todo mundo realmente clicava nele.

Era algo assim:

exemplo de onboarding de videogame among us

Não há qualquer diferença em relação aos nossos fluxos em SaaS: a barra de progresso está lá, o suporte visual está lá e o texto é perfeito.

E mesmo se não estivesse lá, os jogadores leriam tudo isso de qualquer forma. Trata-se da natureza do jogo.

Principais considerações ✍️

  • Nem todos os produtos forçam os usuários a passar pelo onboarding. Se o produto for adequado para isso, você pode inserir um botão “como usar” em algum lugar da tela.
  • Se o onboarding não é contextual, uma barra de progresso é crucial. Mesmo se ele for longo, sempre use um indicador de progresso de algum tipo.
  • Elementos visuais e um texto conciso podem fazer com que um longo onboarding pareça algo breve. Se houver espaço para isso na sua empresa, vá em frente.

Conclusão

Vou dizer isso uma vez só.

Videogames são uma bela e bruta inspiração para a UX de onboarding em SaaS, e com a acessibilidade que eles têm hoje em dia, não custa nada dar uma olhada nas opções.

Os jogos que eu listei acima são apenas a superfície; há muitos fluxos de onboarding interessantes por aí que podem fazer a diferença no onboarding do seu produto e ajudá-lo a se inspirar.

É a sua chance de jogar videogame no trabalho e dizer que está fazendo uma pesquisa sobre onboarding. 😎

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Serra Alban

Serra Alban

When I realized I won’t be the next Greta Gerwig I found myself as a creative content writer at UserGuiding. I’ve been obsessed with UX design, customer success, and digital adoption ever since. If you could stare at good UX for hours like me don’t hesitate to hit me up on LinkedIn. I might end up dropping too much movie trivia but hey, old habits die hard.